Thursday, October 12, 2006

QUE PAÍS ESTE! - A DROGA

1 - OUVI DIZER...Ouvi num dos noticiários que haveria uma suspeita de que 50% dos deputados do parlamento italiano consumiriam drogas ilícitas...
Ora, como habitualmente o nosso Portugalinho importa, com cerca de cinco anos de diferido, os "podres" das repúblicas europeias desenvolvidas, dei comigo a relembrar os esforços que alguns políticos têm vindo a encetar, no sentido de uma liberalização e legalização do consumo de estupefacientes. Só não sei se é porque querem parecer progressistas, ao exemplo dos irmãos holandeses (estes estão extremamente bem organizados), ou se é para, mais uma vez, "varrerem o lixo para debaixo do tapete", ou se...

2 - LIBERALIZAÇÃO DE DROGAS
Fala-se muito da Liberalização das Drogas...mas com que intuito?
Pretende o Estado resolver um problema de saúde e social grave ou, mais uma vez, vai tentar contornar o problema e, eventualmente, até retirar alguns dividendos pecuniários? É que a droga dá mais dinheiro que o tabaco e o álcool – e veja-se quanto é que o Estado arrecada com a comercialização destas substâncias...
Será que é dando salas para que seres humanos se continuem a alienar e a matar que “higieniza” esta gente?
Será que é dando seringas aos presos que se combate a toxicodependência e a propagação do HIV? (É que junto ao Kit de seringas devem também enviar preservativos...) Creio que a grande maioria se encontra a cumprir pena por delitos associados à droga, consumida ou traficada, ou por furtos associados ao consumo de estupefacientes e parece-me preverso que estes possam consumir as suas drogas livremente (coitados! É que agora eles só a podem fumar ou inalar.), nada impedindo que continuem a partilhar seringas (perde-se a fundamentação da “higienização”), ou mesmo a servirem-se das mesmas para ameaçar os guardas prisionais (alguns presos, foram condenados por assaltos feitos com seringas contaminadas).
Será que quem manda não vê que isto é preverso? Não vê que por um lado é assumir a falência do sistema prisional e judicial (já que a droga circula livremente nas cadeias e a suposta reabilitação que se pretende que advenha da carceração torna-se ridícula aos olhos de qualquer juiz) e, por outro, é querer tapar o sol com a peneira?
Se todos os institutos e clínicas de reabilitação de toxicodependentes apostam em programas de reabilitação sem consumo de qualquer substância, em programas de trabalho intensivo e em terapias com psicólogos, porque é que o Estado não imita quem sabe? Não seria mais acertado e inteligente, retirar os presos por delitos associados às drogas das sobrelotadas prisões e colocá-los em programas de reabilitação em que tivessem que prestar serviço cívico e serem acompanhados por técnicos, que elaborariam planos individuais de recuperação, dando conhecimento, num processo semelhante ao da liberdade condicional, às entidades judiciais. Findo o período de recuperação, a Segurança Social deveria garantir trabalho a estas pessoas e acompanhamento periódico dos diversos técnicos. Não seria mais eficaz e razoável?
Ainda não percebi porque é que um Estado que diz ter grandes preocupações sociais, passa a vida a tentar “varrer o lixo” para debaixo do tapete...Não entendo porque é que o Estado fornece gratuitamente (pagamos todos nós, claro!) droga – a metadona- a um toxicodependente e não procede de igual forma com um diabético; não entendo porque um toxicodependente “recuperado”(a quem dou muito valor e admiro!) continua a ter assistência médica e medicação, desde que prescrita pelo médico, garantida e gratuita indefinidamente e um dependente de insulina ou um imunodeficiente não; não entendo porque vamos pagar “Salas de Chuto”, com médicos e técnicos a prestarem assistência, e não pagamos antes o internamento e tratamento efectivo dos toxicómanos; não percebo porque não recebem as nossas crianças, desde a mais tenra idade, formação cívica, de prevenção ao consumo de drogas, com visitas de estudo a Centros de Desintoxicação ou com a visita às escolas e prestação de testemunho por parte de toxicodependentes “recuperados”, seus médicos ou técnicos e polícias (como sucede, por exemplo, na progressista Holanda); e porque não são recolhidas e tratadas as crianças que consomem drogas e se continua a deixar estas crianças abandonadas na rua ou às suas famílias destruturadas (mas como o Estado é pai, com um rendimento mínimo garantido...);não posso conceber que um país com uma tão extensa costa marítima não disponibilize os meios à Guarda Costeira, ou à Polícia Marítima, ou à Marinha, para policiar, com o mesmo tipo de embarcações (náuticas ou aéreas) modernas, rápidas e caras, que os traficantes possuem.
Talvez no imediato as “Salas de Chuto” dêem maior visibilidade ou votos, mas não vão à raiz do problema e não deve ser essa a actuação ou preocupação de um Estado de Direito.

3 - E EU ACUSO!
Em 1993, acompanhei um amigo, artista, ao Palácio Foz, para este entregar e apresentar o seu projecto (a saber, este meu amigo pretendia autorização para encenar um espectáculo de rua que incluia o desfile de “sem-abrigos”, na "Lisboa, Capital da Cultura") no âmbito de um concurso promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, pelouro da Cultura. A meio da entrevista, levada a cabo por um acessor, ou adjunto (que diga-se era conhecido próximo do meu amigo, por questões políticas), entrou um “estafeta do Casal Ventoso”, com uma encomenda “especial” – feita a prova do produto (diante dos meus olhos e perante a minha incredulidade), o digno político pagou e despachou o meu amigo a toda a mecha prometendo estudar o projecto, beijou-me a mão, empurrou-nos para fora da sala e trancou-se...o projecto do meu amigo desapareceu...
E acuso todos os políticos que gozando de imunidade parlamentar, podem transaccionar estupefacientes incolumemente.
E todos os “grandes empresários da noite” que obtêm licença para ter a porta aberta noite fora para, legitimamente, camuflarem a sua actividade principal – o comércio de estupefacientes...
Tenho dito!
Dignidade...sempre!

1 Comments:

Blogger Um Poema said...

É tanta a sujeira que aqui vens relatar, que toda a gente conhece (excepto os parasitas subsidiados, jornalistas incluídos), que não é possível comentar todas elas. Mas, se tivermos em conta, que o país está na mão de "bicharéis" e "baixareis", que a desvergonha e impunidade dos políticos é um dado adquirido, que as imensas fortunas acumuladas pelos políticos e seus lacaios, em escassas três, quatro décadas, toca as margens do inconcebível, compreenderás esta postura dos compadres perante as questões da droga.
Um abraço

6:07 PM  

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