Tuesday, October 31, 2006

DIA DE TODOS OS SANTOS

Qualquer que seja a origem e independentemente da fé que professar, estou em crer que todo o Ser Humano, digno desse nome(não confundir com o neologismo jornalístico muito em moda "Pessoa Humana"), apela a todos os Santinhos para que o Mundo melhore.
Como ainda vai sendo tradição nalguns meios rurais, amanhã é dia de "Pão por Deus", em que as crianças, alegremente, batem de porta em porta, estendendo o saco do Pão, em pano, esperando as tão desejadas guloseimas a troco de uma lenga-lenga ancestral "Pão por Deus, Pão por Deus, Saco Cheio, Vamos com Deus" (apesar de tudo, algo semelhante à noite de Halloween, comemorada pelos povos de origem Anglicana, com os "assaltos" exigindo "Docinho ou Travessura?").
Oxalá que Todos os Santos unam esforços e consigam dar, no mínimo, um saquinho de pão e um púcaro de água potável a todas as crianças do Mundo. E já agora, uma caminha sob um tecto harmonioso e feliz vinha mesmo a calhar!...

Monday, October 30, 2006

3 ANOS ...DE AMOR...DE DOR...

Tudo o que fiz na vida, certo ou errado, fi-lo por convicção!...Posso ter sido movida pela aventura, pela determinação ou pela paixão...
Ao contrário de muitas pessoas da minha geração, tive pressa em concluir uma formação académica, radical e pouco convencional para a altura, para me fazer à vida e ao mundo...tinha sede de conhecimento...de tudo e de todos...
Também contrariamente ao que é prática em Portugal, exerci várias actividades profissionais, dediquei-me inteiramente a todas, mas aquela a que me entreguei de corpo e alma foi a de Professora.
E fi-lo a tempo inteiro, durante três anos! Dei aulas numa zona degradada da “Grande Lisboa” (não são todas?), no regime diurno e noturno. Apaixonei-me por todos os meus alunos, vivi com e para eles, fiz das suas as minhas dores e alegrias. E dei-me por inteiro, até mais não poder...Porque cada um deles é um Ser Único, Digno e Especial!
Atribuiram-me as disciplinas de Lìngua Portuguesa e de Inglês (das 7 ou 8 para que estava habilitada a leccionar), doze turmas “difíceis”, horário das 13h às 23.30h, planeamento de projecto “Área Escola” e uma disciplina multifacetada para o ensino noturno (dada por vários professores para tratar temas que iam das adicções, Planeamento familiar até ao que era a Segurança Social).
Desse tempo guardo mais a memória do trabalho árduo na construção da personalidade de crianças e jovens destruturados, abandonados, mal-amados, com quem poucos se importam, do que a preparação das aulas – e estas também tinham que ser criativas (como se consegue motivar um “menino da rua” de 16 anos, habituado ao inferno, que não sabe ler nem escrever, que se quer “alienar” da sua realidade...a gostar de poesia, a aprender gramática, a acreditar que mesmo com aquela idade nada está perdido e que vale a pena aprender e mudar?) e lembro com nostalgia o esforço de muitos homens e mulheres, com idade para serem meus pais, ou de jovens de 16 ou mais anos, que após um longo e árduo dia de trabalho, se sentavam num banco de Escola para se qualificarem ou para aprenderem, o que não tiveram oportunidade de fazer mais cedo pelas mais distintas vissicitudes da vida.
Nesta minha entrega contei apenas com a minha fé e com a ajuda incondicional de uma Grande Mulher, Professora de corpo e alma e Amiga: a Drª Teresa Gouveia!
Como recompensa tive a companhia dos meus alunos, o que neles melhorou (bem como nas suas famílias), o carinho que me deram, o desafio que foram para mim e a grande lição de vida que me proporcionaram.
Para todos eles o meu amor e o meu desejo que continuem a tentar subir a escada da vida! Eles sabem que creio neles e que estaremos sempre juntos!...

QUE MUNDO ESTE! - TRÁFICO DE CRIANÇAS?

QUE MUNDO ESTE!
É uma expressão que me habituei a ouvir aos meus avós, incrédulos face aos "modernismos", técnicos ou comportamentais!
Devido à minha profissão, passo a vida em viagem...e vejo o mundo e as gentes sob vários prismas, mas as perspectivas face à espécie humana não são animadoras e nem lá das alturas e dotada de grande optimismo,o mundo me parece mais belo ou mais credível, porque está minado de seres humanos medíocres.

Mas que consigo ver eu pelas minhas andanças, um pouco por todo o mundo?
A Miséria! A Pobreza! E estas a que me refiro e que tanto me chocam não são as reais faltas de condições básicas de sobrevivência (abundantemente noticiadas e difundidas nos media, a que normalmente voltamos a cara porque as imagens de moribundos passam à hora em que normalmente nos banqueteamos), estas de que falo, não são conceitos metafóricos, são realidade: os Miseráveis estão a matar, a maltratar, a comercializar e a aniquilar as nossas crias, os nossos bébés...E nós vemos, sabemos e nada ou pouco fazemos! Isto acontece em todos os cantos do Mundo, também em Portugal!

TRÁFICO DE CRIANÇAS?
Que raio de espécie é o Homem, que maltrata as suas próprias crias?
Como é possível que um progenitor, pai ou mãe, maltrate e/ou abuse da sua cria, que permita que outrém o faça ou que veja algo que não seja um ser indefeso, que confia em si plena e cegamente, lindo e delicado, cheio de inocência e que depende de tudo e de todos para sobreviver? Como pode uma cria ser alvo de ódio, brutalidade, abandono, sevícias, jogos, moeda de troca, caprichos e atentados à Vida?
Como pode alguém olhar para uma criança de uma forma meramente animalesca que não seja a de ver uma cria, que garantirá a continuidade da sua espécie e que toda a comunidade tem que preservar e ajudar a atingir a idade adulta, como qualquer outra
Comunidade do reino animal faz?
Como pode um Estado permitir o tráfico, a exploração, a escravatura, a violência física, psicológica ou sexual e a própria morte destes pequenos seres? E como podemos continuar a escolher esses destinos para nos veranearmos?
Como podemos todos nós permitir que todos se isentem das suas responsabilidades? Como podemos viver com as nossas consciências sabendo que estamos a ser cúmplices neste abandono ao sermos permissivos com os prevaricadores, ao sermos inoperantes, ao calarmos, ao esquecermos, ao não nos rebeliarmos e actuarmos...
Algo tem que ser feito e rapidamente!
E, de vez em quando, com uma infrequente felicidade, encontro um Ser capaz de pensar e de viver livremente, tendo por opção de vida, tornar o mundo de todos nós melhor...Um desses Seres, é uma Comunidade de Irmãs Católicas (Obra da Imaculada Conceição e Santo António), pobres, simples, abnegadas e dedicadas às crianças que criam até aos 18 anos em dois lares/orfanatos - DªMaria é o das meninas, o do Largo de Caneças é o dos meninos -, que mesmo sem apoios estatais não desistem dos seus meninos. Precisam de artigos de higiéne, material escolar, vestuário, alimentos...Vão lá! Telefonem! Não esperem pelo Natal!

Thursday, October 12, 2006

QUE PAÍS ESTE! - A DROGA

1 - OUVI DIZER...Ouvi num dos noticiários que haveria uma suspeita de que 50% dos deputados do parlamento italiano consumiriam drogas ilícitas...
Ora, como habitualmente o nosso Portugalinho importa, com cerca de cinco anos de diferido, os "podres" das repúblicas europeias desenvolvidas, dei comigo a relembrar os esforços que alguns políticos têm vindo a encetar, no sentido de uma liberalização e legalização do consumo de estupefacientes. Só não sei se é porque querem parecer progressistas, ao exemplo dos irmãos holandeses (estes estão extremamente bem organizados), ou se é para, mais uma vez, "varrerem o lixo para debaixo do tapete", ou se...

2 - LIBERALIZAÇÃO DE DROGAS
Fala-se muito da Liberalização das Drogas...mas com que intuito?
Pretende o Estado resolver um problema de saúde e social grave ou, mais uma vez, vai tentar contornar o problema e, eventualmente, até retirar alguns dividendos pecuniários? É que a droga dá mais dinheiro que o tabaco e o álcool – e veja-se quanto é que o Estado arrecada com a comercialização destas substâncias...
Será que é dando salas para que seres humanos se continuem a alienar e a matar que “higieniza” esta gente?
Será que é dando seringas aos presos que se combate a toxicodependência e a propagação do HIV? (É que junto ao Kit de seringas devem também enviar preservativos...) Creio que a grande maioria se encontra a cumprir pena por delitos associados à droga, consumida ou traficada, ou por furtos associados ao consumo de estupefacientes e parece-me preverso que estes possam consumir as suas drogas livremente (coitados! É que agora eles só a podem fumar ou inalar.), nada impedindo que continuem a partilhar seringas (perde-se a fundamentação da “higienização”), ou mesmo a servirem-se das mesmas para ameaçar os guardas prisionais (alguns presos, foram condenados por assaltos feitos com seringas contaminadas).
Será que quem manda não vê que isto é preverso? Não vê que por um lado é assumir a falência do sistema prisional e judicial (já que a droga circula livremente nas cadeias e a suposta reabilitação que se pretende que advenha da carceração torna-se ridícula aos olhos de qualquer juiz) e, por outro, é querer tapar o sol com a peneira?
Se todos os institutos e clínicas de reabilitação de toxicodependentes apostam em programas de reabilitação sem consumo de qualquer substância, em programas de trabalho intensivo e em terapias com psicólogos, porque é que o Estado não imita quem sabe? Não seria mais acertado e inteligente, retirar os presos por delitos associados às drogas das sobrelotadas prisões e colocá-los em programas de reabilitação em que tivessem que prestar serviço cívico e serem acompanhados por técnicos, que elaborariam planos individuais de recuperação, dando conhecimento, num processo semelhante ao da liberdade condicional, às entidades judiciais. Findo o período de recuperação, a Segurança Social deveria garantir trabalho a estas pessoas e acompanhamento periódico dos diversos técnicos. Não seria mais eficaz e razoável?
Ainda não percebi porque é que um Estado que diz ter grandes preocupações sociais, passa a vida a tentar “varrer o lixo” para debaixo do tapete...Não entendo porque é que o Estado fornece gratuitamente (pagamos todos nós, claro!) droga – a metadona- a um toxicodependente e não procede de igual forma com um diabético; não entendo porque um toxicodependente “recuperado”(a quem dou muito valor e admiro!) continua a ter assistência médica e medicação, desde que prescrita pelo médico, garantida e gratuita indefinidamente e um dependente de insulina ou um imunodeficiente não; não entendo porque vamos pagar “Salas de Chuto”, com médicos e técnicos a prestarem assistência, e não pagamos antes o internamento e tratamento efectivo dos toxicómanos; não percebo porque não recebem as nossas crianças, desde a mais tenra idade, formação cívica, de prevenção ao consumo de drogas, com visitas de estudo a Centros de Desintoxicação ou com a visita às escolas e prestação de testemunho por parte de toxicodependentes “recuperados”, seus médicos ou técnicos e polícias (como sucede, por exemplo, na progressista Holanda); e porque não são recolhidas e tratadas as crianças que consomem drogas e se continua a deixar estas crianças abandonadas na rua ou às suas famílias destruturadas (mas como o Estado é pai, com um rendimento mínimo garantido...);não posso conceber que um país com uma tão extensa costa marítima não disponibilize os meios à Guarda Costeira, ou à Polícia Marítima, ou à Marinha, para policiar, com o mesmo tipo de embarcações (náuticas ou aéreas) modernas, rápidas e caras, que os traficantes possuem.
Talvez no imediato as “Salas de Chuto” dêem maior visibilidade ou votos, mas não vão à raiz do problema e não deve ser essa a actuação ou preocupação de um Estado de Direito.

3 - E EU ACUSO!
Em 1993, acompanhei um amigo, artista, ao Palácio Foz, para este entregar e apresentar o seu projecto (a saber, este meu amigo pretendia autorização para encenar um espectáculo de rua que incluia o desfile de “sem-abrigos”, na "Lisboa, Capital da Cultura") no âmbito de um concurso promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, pelouro da Cultura. A meio da entrevista, levada a cabo por um acessor, ou adjunto (que diga-se era conhecido próximo do meu amigo, por questões políticas), entrou um “estafeta do Casal Ventoso”, com uma encomenda “especial” – feita a prova do produto (diante dos meus olhos e perante a minha incredulidade), o digno político pagou e despachou o meu amigo a toda a mecha prometendo estudar o projecto, beijou-me a mão, empurrou-nos para fora da sala e trancou-se...o projecto do meu amigo desapareceu...
E acuso todos os políticos que gozando de imunidade parlamentar, podem transaccionar estupefacientes incolumemente.
E todos os “grandes empresários da noite” que obtêm licença para ter a porta aberta noite fora para, legitimamente, camuflarem a sua actividade principal – o comércio de estupefacientes...
Tenho dito!
Dignidade...sempre!

Wednesday, October 11, 2006

"FELIZMENTE...HÁ LUAR!"

"A quantas pessoas no decurso da minha vida olhei sem as ver? É espantoso! Mas quando duas pessoas se encontram, cada uma é mudada pela outra e, assim nascem dois indivíduos novos."
Jonh SteinbecK, escritor


Depois de um longo dia de trabalho, depois de ter tratado e acarinhado à pressa os meus filhos antes de se deitarem (porque quando cheguei já era tarde), depois de ter passado em revista as três mochilas e respectivos cadernos de recados, depois de ter tratado dos cães e da coelhinha, depois de...finalmente sentei-me e (des)liguei-me...após uma fugaz incursão pelas páginas de alguns amigos apercebi-me da profunda dor de alguns deles, desta vez pelo sofrimento de um ser que lhes é muito querido e que padece de um mal chamado cancro.
Dei comigo a relembrar todos aqueles que tive a felicidade de tocar enquanto estiveram fisicamente presentes, revi instantes com eles - de alegria e dor-, depois dei por mim a imaginar a perda física de todos os que amo e senti uma profunda saudade de todos...é curioso como tudo o que pareceu pesado e importante durante todo o dia, de repente se esvaiu, perante a grandeza do amor, o desgosto pela ausência e o vazio deixado pela perda.
Mas como diria Stau Monteiro, "Felizmente há luar"...porque uma noite triste e escura ensombra mais quem precisa tanto de uma luz para lhe iluminar a vida...


"A Alegria é também uma forma de ser forte!"
Victor Gonçalves (Grande Homem "Anónimo", Artista e Desportista, doente terminal de esclerose múltipla amiotrófica progressiva, que morreu a sorrir quando todos gritavam e choravam).

HOMENAGEM A...TODOS OS QUE NÃO SE CONFORMAM

Olá amigos!
Apesar da minha recente entrada na "blogosfera", conheci já muitos de vós e enriqueci-me. Mas a minha consciência não me permite limitar-me a fazer comentários nas vossas páginas, por isso, decidi criar este "cantinho" de inconformismo e desafiar-vos a alguns momentos de introspecção, de partilha de opiniões, de escárnio e maldizer...enfim, a satisfazer a minha presunção de que cada um de nós pode, pouco a pouco, intervir e mudar algo.
Assim, presto a minha homenagem aos amigos que tenho visitado e que simpaticamente me visitaram no "dignidadesempre", que com os seus blogs ou posts fortuitos me serviram de exemplo.
Obrigada e sejam benvindos!
Dignidade...sempre!